SANTA RITA DE CÁSSIA

SANTA RITA DE CÁSSIA

“A Santa das Causas Impossíveis” (FONTE: http://www.santuariosantaritadecassia.net/)
CONTEXTO DA VIDA DE SANTA RITA :

Santa
Rita viveu na segunda metade do século XIV e na primeira metade do
século XV, época em que a barca de Pedro era agitada por tempestades que
a teriam feito afundar se não fosse Deus.

Em 1305, subiu ao
trono de Pedro, Clemente V que não quis residir em Roma, fixando a sede
do papado na cidade francesa de Avinhão.

Os papas que lhe
sucederam até Gregório XI, durante 73 anos deixaram a sede romana até
que este último Pontífice, movido pelas insistentes exortações de Santa
Brígida da Suécia e Santa Catarina de Sena, decidiu retornar a Roma em
1377, encontrando a cidade na maior desolação.

Com a morte de
Gregório XI no ano seguinte começou então o cisma do ocidente.
Desencadeado em 1378, terminou em 1417 com a eleição de Martinho V,
feita pelo Concílio de Constança.

Após 73 anos em Avinhão e 40
anos de cisma, chegara-se a tal confusão que não mais se sabia qual era o
verdadeiro vigário de nosso Senhor Jesus Cristo. A disciplina do clero
diminuíra e o povo se tornava cada vez mais sem referências.

Entretanto,
é maravilhoso observar como, nesses tempos tempestuosos, Deus não
abandonou sua Igreja e enviou pessoas que pela palavra e pelo exemplo
mantiveram aceso o facho da fé. Assim foram os santos Bernardino de
Sena, Thiago della Marca, Antoninho de Florença, Lourenço Justiniano de
Veneza e aqueles que tiveram grande influência nos destinos da igreja,
como Santa Brígida da Suécia, Santa Catarina de Sena, e outros, enfim,
que no silêncio do claustro foram surgindo nesta época. E nossa querida
Santa Rita de Cássia nasceu em meio a todas estas turbulências e
alegrias.

O NASCIMENTO DE UMA SANTA
Nascida
em 22 de maio de 1381, filha de Antônio11 e Amata, Marguerita – do
latim Margarita – que significa pérola ou pedra preciosa, recebeu o
apelido de Rita. Esta santa nasceu na Itália, na província da Úmbria,
mais propriamente em Rocca Porena, que em sua época era próxima à
Cássia, mais tarde, porém Rocca Porena passou a ser parte integrante de
Cássia. Onde nossa santinha fez morada no Convento de Santa Maria
Madalena na cidade de Cássia. Por isso a denominação Santa Rita de
Cássia.

Em um pequeno grupo de casas com uma centena de
habitantes: aí nasceu Santa Rita. Hoje podemos considerar que Rocca
Porena é o equivalente à um bairro ou vila de Cássia.

É bom
sabermos que, todos os que descrevem a vida de Santa Rita relembram as
belas virtudes de seus pais, os felizes pais de Santa Rita, foram
admiráveis por seus costumes e por sua piedade. Desempenhavam a função
de juízes de paz, de pacificadores em um lugar que era conhecido pela
violência de seu povo e pelos propósitos de vingança pessoal pelo mesmo
estabelecido. 

AS ABELHAS BRANCAS DA INFÂNCIA DE RITA
Segundo
antiga tradição de seu convento, Rita foi batizada na Igreja Santa
Maria dos Pobres. Poucos dias após o batismo ocorreu um maravilhoso
acontecimento, representado numa bela pintura do século XVII e também
numa fonte em Rocca Porena; uma delicada história envolvendo abelhas
brancas.

O fato das abelhas é relatado por todos os biógrafos da
Santa. Quando Antonio e Amata saiam para trabalhar colocavam Rita em um
cestinho e abrigavam-na à sombra das árvores. Um dia, um enxame de
abelhas brancas envolveu a criança, muitas delas estavam em sua boca
depositando mel, sem a ferroar.

“ Na literatura espiritual, as
abelhas e o seu mel significam ‘doce conversação’, diálogo com Deus. Em
outras palavras, mais doce que o próprio mel. A mesma história se narra
de Santo Ambrósio, Bispo de Milão.”(Besen, Pe. José Artulino. Coleção:
Os grandes santos. Santa Rita de Cássia. Jornal Missão Jovem. 2002. pg
9). 

OS CINCO ESTÁGIOS DA VIDA DE SANTA RITA CÁSSIA
1.FILHA.

Antônio
e Amata podiam dizer-se um casal feliz, entretanto faltava-lhes uma
descendência. Casaram-se em 1339 e passaram-se 53 anos até a chegada de
sua filha. Neste caso não é inútil lembrar que as afirmações destes
fatos se deram após escrupuloso e consciencioso exame pela autoridade
suprema da igreja e por esta sancionados. E a pergunta é: seria possível
relatar a vida dos santos sem acabar tropeçando no que é sobrenatural
ou fora do comum?

Felizmente neles tudo foge à vida comum.

Sendo
Santa Rita, a filha única de pais muito idosos, podemos imaginar, que
devido à idade avançada dos mesmos, à qual Rita era o único amparo, a
santa deveria trabalhar da manhã à noite desde seus mais tenros anos.

“Além
do trabalho, aplicava-se à obediência, ao sacrifício da própria
vontade, coisas tão difíceis para as crianças, […] veremos como Rita,
quando conseguiu entrar no convento, era já uma religiosa perfeita”
(Marchi, Mons. Luís de . Santa Rita de Cássia. 17ª ed. Editora Paulus.
1994. pg 21)

2.ESPOSA.

Rita, certamente,
desde criança havia aspirado à vida religiosa, mas, não podendo deixar
seus velhos pais desamparados, e ainda, por ser uma filha obediente que
sacrificava à própria vontade para atender a um pedido de seus pais,
acabou unindo-se em matrimônio com Paulo Ferdinando, para atender a
vontade de seus pais.

A respeito de Ferdinando conta-se que ele
era um homem feroz, vingativo e agressivo, um homem daqueles que não
leva desaforo para casa.

A virtude, a paciência e muita oração
durante 18 anos fizeram com que o cordeiro vencesse o lobo. Paulo
Ferdinando começou a refletir e admirar a incomparável paciência de Rita
e teve vergonha de si mesmo. Assim, a graça divina triunfava sobre a
natureza selvagem. Paulo agora, estava convertido. Entretanto, muitos
daqueles que foram ofendidos por ele tiveram a grandeza de perdoar-lhe,
mas não todos.

3.MÃE.

Os historiadores
informam com exatidão que Rita teve dois filhos. Alguns dizem gêmeos,
outros não. Alguns dizem que um deles se chamava Tiago Antonio, outros
João Tiago. Todavia, estão de acordo com relação ao nome do outro filho,
que era Paulo Maria.

Enquanto Rita se ocupava da educação de
seus filhos, morreram seus pais. Eles faleceram em 1402, ele no dia 19
de março ( dia de S. José ), e ela no dia da 25 de março ( dia da
Anunciação). Não há dúvidas do sofrimento de Rita com este
acontecimento.

A vida de Rita foi assim, breves sorrisos e novas
lágrimas. Desde que Paulo deixou de ser dominado pela paixão de
vinganças, poderia-se dizer que a família da Santa era feliz.

4.VIÚVA.

Quando
tudo parecia calmo, o marido de Santa Rita é assassinado. Ferdinando,
voltando uma noite para casa, ao passar pelo estreito caminho do rio
Carno e não trazendo consigo arma alguma, foi atacado pelos seus
inimigos que o mataram cruelmente. Segundo a tradição que foi recontada
no processo de beatificação de Santa Rita, ela correu na frente com
algumas pessoas, para esconder dos filhos a camisa ensangüentada de
Paulo. Ela esconde as roupas manchadas de sangue porque temia que os
filhos, à vista do sangue do pai, se sentissem chamados à vingança e
mais tarde se tornassem criminosos.

Foi preciso muita oração
daquela santa mãe para aplacar a sede de vingança dos corações de seus
filhos, mas o ódio crescia em seus corações. Foi então que Rita ofereceu
seus filhos à Deus porque preferia vê-los mortos que criminosos. Deus
ouviu sua oração e dentro de um ano, os dois jovens foram atingidos por
uma doença e faleceram. Foram sepultados junto a seu pai na Igreja de
São Montano. Uma profunda dor atravessou o coração daquela viúva e mãe.

5.RELIGIOSA.

Pais
mortos, esposo e filhos mortos. Rita, retoma assim o ideal da vida
religiosa, o desejo de ingressar no Convento de Santa Maria Madalena,
convento agostiniano de Cássia. Diversas vezes bateu às portas do
convento, mas foi rejeitada. Recorreu à oração, às mortificações, às
boas obras e, embora vivendo no mundo, levava uma vida onde observava
fielmente os preceitos evangélicos.

“Reza uma piedosa tradição
que os santos padroeiros de Santa Rita, São João Batista, Santo
Agostinho e São Nicolau de Tolentino a tomaram nos braços no Rochedo de
Rocca Porena e a transportaram para dentro do convento, para espanto e
convencimento da abadessa e de todas as religiosas. Claramente a lenda
quer significar que Rita atribuiu a seus santos patronos a obtenção da
graça.”(Besen, Pe. José Artulino. Coleção: Os grandes santos. Santa Rita
de Cássia. Jornal Missão Jovem. 2002. pg 14).

Quando as
religiosas desceram para se reunir ao coro, ficaram estupefatas ao
encontrar a santa mulher que tinha sido insistentemente rejeitada. E o
detalhe é que o convento era fortemente fechado, não havia como
arrombá-lo. Isso explica o motivo pelo qual ela foi aceita e vestiu o
hábito de monja agostiniana em Cássia, aqui ela já estava com 36 anos.

Rita
mantinha suas características de obediência, esta à sua Madre Superiora
era total, e a Madre, para lhe pôr à prova, ordenou-lhe que regasse de
manhã e de tarde um galho seco, uma cepa de videira já destinada ao
fogo. E Rita assim o fez, toda manhã e toda tarde desempenhava esta
tarefa. Muito tempo durou isso, coisa aparentemente inútil, mas que
alcançava à boa noviça méritos no céu. Certo dia, entretanto, da haste
seca, surgiram brotos e folhas, e assim se desenvolveu maravilhosamente
uma videira, dando a seu tempo deliciosas uvas. Rita ali viveu 40 anos. 

OS FIGOS E AS ROSAS
Os
historiadores contam que em pleno inverno, quando no campo havia uma
espessa camada de neve, esteve no convento uma amiga de Rita para
visitá-la, e ao se despedir perguntou se desejaria alguma coisa de sua
antiga casa.

E Rita respondeu que gostaria de receber uma rosa e
dois figos. A essas palavras a visitante empalideceu, pensando que Rita
delirasse, mas para não entristecê-la , prometeu trazê-los.

E ao
chegar no antigo jardim de Rita, teve uma grande surpresa, viu uma
linda rosa num arbusto contraído pela geada, e o mesmo ocorreu com os
figos, que eram belos e maduros.

Por isso a tradição de abençoar rosas nas festas de Santa Rita. 

UM ESTIGMA DE CRISTO:
Em
1442, na Sexta-feira Santa, Rita ouvia o sermão de São Thiago della
Marca sobre a coroação de espinhos de nosso Senhor. Voltando ao
convento, profundamente emocionada com o que ouvira, prostrou-se diante
da imagem do crucifixo que se achava em uma capela interior, próxima do
coro, e suplicou ardentemente a nosso Senhor que lhe concedesse
participar de suas dores.

À dor, Jesus quis juntar humilhação e o
isolamento. A chaga de Rita converteu-se numa ferida purulenta e
fétida, e ela teve de ser recolhida a uma cela distante, onde uma
religiosa levava-lhe o necessário para viver. Durante 15 anos este
estigma esteve consigo, até sua morte.

Em 1450, o Papa Nicolau V
promulgou um jubileu, um Ano Santo. Rita queria ir à Roma, entretanto
sua ferida a impossibilitava. A Santa não perdeu a esperança e pôs-se a
pedir que Jesus lhe desse a graça, humanamente impossível, de fazer
desaparecer a ferida até a volta de Roma, conservando-lhe a dor.

Desapareceu
a ferida e Rita partiu com várias irmãs, quando ocorreu este fato, Rita
já tinha 60 anos. Esta foi a única vez que a ferida cicatrizou.
Retornando de Roma, a ferida reabriu, e assim permaneceu até sua morte.

Entretanto,
a verdadeira doença de Rita começou no fim de 1453 e durou 4 anos,
quando, a 22 de maio de 1457, um sábado, sua bela alma deixava este
mundo e voava para o céu.

Apenas a Santa exalara o último
suspiro, Deus quis, por repetidos prodígios, manifestar no mundo o grau
de perfeição a que chegara.

Sua ferida estava cicatrizada e o semblante de Rita bonito e com aparência feliz. Além disso, exalava um suave perfume.

Conta-se que o transporte do corpo para a igreja foi um verdadeiro triunfo.


E tiveram início os milagres que não mais cessaram. Os primeiros são
documentados e nos trazem à lembrança os nomes e sofrimentos de pessoas
humildes de meio milênio atrás.

Ângelo Batista era completamente
cego. Confiante, tocou na urna da Santa e ,imediatamente, ficou curado.
Lucrécia Paoli, sofrendo de hisia, chegou apoiada num bastão.
Aproximou-se do sepulcro de Santa Rita, rezou, tocou-o e saiu
completamente curada.

Salimene Antonio, de Poggio, tinha um dedo paralisado, com ele tocou a urna da Santa e foi curado.

Giacomúcia
Leonardi, de Oscese, velha e totalmente inchada, foi carregada nos
braços para ver o túmulo de Santa Rita. Para espanto e alegria de todos,
num instante estava curada e saiu andando.

Deus operava
maravilhas pela sua intercessão, e ainda hoje continua manifestando sua
predileção por esta sua filha da Úmbria.” (Besen, Pe. José Artulino.
Coleção: Os grandes santos. Santa Rita de Cássia. Jornal Missão Jovem.
2002. pg 23 e 24). 

AS ABELHAS
Ao
falar da glorificação de Santa Rita, temos que contar um fenômeno que
apareceu após sua morte e dura até hoje. Apareceram abelhas brancas ao
redor do berço quando Rita estava no campo com seus pais. E então, após
sua morte, aparecem outras abelhas, sem ferrões e antenas que fizeram
morada junto ao muro do antigo mosteiro.

CORPO INTACTO

“No
reconhecimento do corpo, feito por ocasião de sua beatificação, isto é,
cerca de 200 anos após sua morte, os delegados emitiram a declaração
seguinte, que damos, traduzida do latim:

‘No ataúde está o corpo
da supracitada serva do Senhor, vestida com o hábito monástico da Ordem
de Santo Agostinho, o qual parece tão intacto como se a dita serva de
Deus tivesse morrido recentemente.

Vemos perfeitamente a carne
branca, em parte alguma corrompida, a fronte, os olhos com as pálpebras,
o nariz, a boca, o queixo e toda a face tão bem disposta, inteira como a
de uma pessoa morta no mesmo dia.

Vêem-se igualmente brancas e
intactas as mãos da dita serva de Deus e se pode perfeitamente contar os
dedos com as unhas, semelhantes aos dedos de pessoas que acabaram de
morrer. Assim também os pés.’

[…]

Mas o fato mais
maravilhoso que acontece com o corpo de Santa Rita e que, de vez em
quando, ele se move de diversas maneiras. Os atos autênticos da sua
beatificação e da canonização o atestam, segundo testemunhos repetidos e
dignos de fé, desde 1629 até 1899, sem contar os mais recentes,
coligidos para a sua canonização, feita por Leão XIII em 1900.

[..]

É
de notar, entre outros fatos, que a Santa abriu os olhos em 16 de julho
de 1628 para apaziguar um tumulto enquanto Cássia e Roma celebravam a
festa de sua beatificação. O processo regular deste fato se conserva no
arquivo do arcebispado de Spoleto.” (Marchi, Mons. Luís de . Santa Rita
de Cássia. 17ª ed. Editora Paulus. 1994. pg 110 à 112)

Hoje, o corpo de Santa Rita, repousa em uma urna de cristal na Basílica da Cássia onde é visitado diariamente.

CANONIZAÇÃO
O
processo de canonização se deu 453 anos após sua morte, 272 anos após
sua beatificação. Três milagres aconteceram antes da canonização:

Cura instantânea de Elisabet Bergamini de 7 anos;

Cura de Cosme Pelegrini, com 70 anos ( viu em sonhos Santa Rita e curou-se);

Cura
de uma religiosa Clara Isabel Garófalo, monja do mesmo convento de
Santa Rita. Estava a religiosa acamada e ouviu a Santa dizendo-lhe:
“levante-se!”

Estes três milagres foram aprovados e assim a
canonização de Rita ocorreu no dia 24 de maio de 1900, sendo o Papa Leão
XIII quem incluiu Santa Rita de Cássia na lista de todos os santos da
Igreja.

BIBLIOGRAFIA:

Marchi, Mons. Luís de . Santa Rita de Cássia. 17ª ed. São Paulo: Editora Paulus, 1994.

Besen, Pe. José Artulino. Coleção: Os grandes santos. Santa Rita de Cássia. Florianópolis – SC:

Jornal Missão Jovem, 2002

Souza, Aloísio Teixeira de. Vida de Santa Rita. 14ª ed. Aparecida – SP: Editora Santuário, 1995.

ORAÇÃO DE SANTA RITA DE CÁSSIA

Ó Poderosa e gloriosa Santa Rita,
eis a vossos pés uma alma desamparada que necessitando de auxílio,
a vós recorre com a doce esperança de ser atendida por vós
que tem o título de Santa dos casos impossíveis e desesperados
Ó cara Santa interessai-vos pela minha causa,
intercedei junto a Deus para que me conceda
a graça que tanto necessito (faça o pedido)
Não permitais que tenha de me afastar de vossos pés sem ser atendido.
Se houver em mim algum obstáculo que me impessa
de alcançar a graça que imploro, auxiliai-me para que o afaste
Envlovei o meu pedido em vossos preciosos méritos
e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus, em união com a vossa prece.
Ó Santa Rita, eu ponho em vóstoda a minha cionfiança
Por vosso intermédio, espero tranquilamente a graça que vos peço
Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós.

 



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